Para efectuar esta operação, é necessário ter presente determinados princípios relativamente ao material, à qualidade, à apresentação e uso do sapato: 1º O sentido de distensão da pele(elastecidade do material) 2º A aparência: acasalamento em função da cor, grão, polo e pêlo 3º A economia de materiais 4º Qualidade- Todas as peças constituíntes do sapato têm de ser cortadas em função do maior ou menor esforço a que estão sujeitas e se ficam mais ou menos visíveis no sapato.
O SOLADO
Palmilha de Montagem Peça que faz a união entre o corte e o solado
Enfuste Peça de aço alongada, colocada entre a palmilha de montagem e a calcanheira para dar firmeza à curvatura do sapato e suster a abóbada plantar
Reforço da Palmilha Peça situada na parte de trás da palmilha, reforçando-a e permitindo uma fixação correcta do enfuste e do salto, sendo esta, constituída de um aglomerado de cartão
OS REFORÇOS DA MONTAGEM
Testeira Permite dar firmeza à biqueira, protegendo os dedos do pé e boa apresentação ao sapato
Contraforte Este mantém o calcanhar bem posicionado e evita o encolher do corte neste local
A SUA FABRICAÇÃO
É sobre a forma que o sapato é montado:
-A palmilha de montagem é fixada à base da forma
-O corte é colocado sobre a parte superior da forma e fixo à palmilha de montagem com cola
Existem evidências que mostram que a história do sapato começa a partir de 10.000 a. C., ou seja, no final do período paleolítico (pinturas desta época em cavernas na Espanha e no sul da França fazem referência ao calçado).
Entre os utensílios de pedra dos homens das cavernas existem vários que serviam para raspar as peles, o que indica que a arte de curtir é muito antiga.
Nos hipogeus (câmaras subterrâneas usadas para enterros múltiplos) egípcios, que têm idade entre 6 e 7 mil anos, foram descobertas pinturas que representavam os diversos estados do preparo do couro e dos calçados.
Nos países frios o mocassim é o protector dos pés e nos países mais quentes a sandália ainda é a mais usada. As sandálias dos egípcios eram feitas de palha, papiro ou de fibra de palmeira.O calçado feminino obedecia ao mesmo formato do masculino, inicialmente bicudo e modelando o pé. Geralmente, os sapatos abotoavam-se com botões ou atavam-se por intermédio de cordões, chegando a usar-se um sapato de cada cor, conforme ditame da moda. Mas o calçado feminino nunca constituiu grande moda ou despertou particular interesse, visto ter uma função puramente utilitária, uma vez que não eram peças visíveis, sempre abafados e escondidos pelo grande volume de saias e mantos compridos.
Os sapatos mais comuns eram as pantufas e os chapins. As pantufas fabricadas em materiais finos como a seda, moldavam o pé, e apertavam debaixo do tornozelo, entre dois e quatro dedos de altura. Tal como outro calçado mais frágil, era preferencialmente usado em casa ou na Corte. Os chapins, na versão feminina, assemelhavam-se aos masculinos, de ponta alargada, redonda e apertados no calcanhar. De muitos tamanhos, havia os maiores, acima do tornozelo, e outros mais baixos, semelhantes às pantufas de seda.
• No Egito Antigo, entre 3.100 a.C. e 32 a.C., apenas os nobres usavam sandálias de couro. Os faraós usavam calçados deste tipo adornados com ouro.
• Os gregos, que criaram os preceitos fundamentais da civilização ocidental, mostraram vanguarda não só na filosofia, na ciência e na política, mas também na moda: estudos mostram que alguns chegaram a usar um modelo diferente em cada pé.
• Durante o Império Romano, os calçados denunciavam a classe ou grupo social do indivíduo. Os senadores utilizavam sapatos em cor marrom, em modelos que amarravam na panturrilha por quatro tiras de dois nós. Para os cônsules romanos a cor indicada era o branco. Os calçados das legiões eram as botas de cano curto. Mulheres calçavam sapatos brancos, vermelhos, verdes ou amarelos.
• Na Idade Média, a maioria dos sapatos tinha a forma das atuais sapatilhas. Eram feitas de couro. Nobres e cavaleiros usavam botas de melhor qualidade.
• O rei Eduardo (1272-1307), da Inglaterra, padronizou a numeração dos sapatos. No mesmo país, em 1642, há o registro da primeira produção "em massa" de sapatos em todo o mundo: Thomas Pendleton fez quatro mil pares de sapato e 600 pares de botas para o Exército.
• Durante a Revolução Industrial, no início no século XVIII, na Inglaterra, as máquinas passaram a produzir calçados em larga escala.
• No século XX, novos materiais, técnicas e tecidos entram na produção, que passa a ser setorizada entre design, modelagem, confecção, distribuição, entre outros setores. A necessidade dos atletas obterem um melhor desempenho em competições originou um novo segmento na indústria, voltado aos esportes, o quepossibilitou a criação de tênis tecnológicos, que invadiram o vestuário de todos grupos sociais. Além disso, a explosão da moda entre o público médio, a partir dos anos 80, também possibilitou o aumento do número de pessoas que passaram a consumir calçados de grife, tanto os mais simples quanto aqueles assinados por grandes estilistas ¿ verdadeiros artigos de luxo.
Curiosidades sobre os calçados
• No século XIV, os sapatos ingleses ficaram tão pontudos que se tornaram um perigo, fazendo o rei Eduardo III baixar um decreto limitando os bicos a no máximo cinco centímetros de ponta. Ignorando a lei, os sapatos no país chegaram a ostentar até 50 cm de comprimento. Para andar, era preciso prendê-los à cintura com cordão de seda.
• Na França, no século XVI, os sapatos ficaram tão estreitos que para calçá-los os pés precisavam ficar mergulhos por uma hora em água gelada.
• Na China, o culto aos pés exigia o uso de sapatos de no máximo 15 cm. Para calçá-los, as mulheres tinham os pés praticamente amassados, enfaixados em um cilindro para não crescerem.
• Em Veneza, por volta de 1600, as plataformas ficaram tão altas que quem usasse precisava de criados para se movimentar.
Tipos de saltos
Sabrina • Popularizados no início dos anos 60 nos pés de Audrey Hepburn no filme Sabrina, acabou associado a refinamento. Não deve passar dos cinco centímetros de altura, deve ser fino e ter o cabedal delicado.
• Altura perfeita para calças de todas as alturas (inclusive as curtas e shorts), vestidos, saias curtas, Chanel e midi.
Princesa • Salto elegante e levemente mais grosso (de quatro até sete centímetros), confortável e adequado para o trabalho.
• Veste bem com comprimento Chanel, midi e calças convencionais.
Estaca, Anabela ou plataforma baixa • Saltos sólidos e não muito altos e que possibilitam muito conforto.
• Ideais para o trabalho, calças convencionais e vestidos ou saias mais longas.
Stiletto ou agulha • É o mais fino e sexy de todos os saltos, pode ter alturas de até nove centímetros. É mesmo prejudicial à saúde dos pés, mas está sempre na moda.
• Permitido para calças longas, curtas e shorts, micros e mini comprimentos e também Chanel e midi, dia e noite.
• Use em momentos em que não pretenda permanecer muito tempo em pé.
• O estilista de calçados Manolo Blahnik é considerado o rei do salto estileto.
Salto alto grosso, Anabela ou plataforma alta • Estes formatos de salto criam melhor equilíbrio para o corpo e podem ser usados em festas (cobertos) ou esportivos com calças e saias midi e longa.
Sensível • O salto alto tradicional com formato robusto e altura que não ultrapassa os cinco centímetros.
• Coordena bem com calças, tailleurs e saias em comprimentos tradicionais. Ideal no trabalho e passeio, pois cansa menos.
Louis XV ou carretel • Popularizados pelos monarcas da França, este salto não ultrapassa os quatro centímetros e a forma lembra um carretel.
• Com altos e baixos na moda, encaixa bem com sapatos estilos masculinos ou mules.
• A altura é ideal para calças, vestidos e saias longas, mini e shorts.
Surgimento dos saltos
Marilyn Monroe, conhecida por se equilibrar em saltos altíssimos, sempre declarou que as mulheres deveriam agradecer a quem inventou os saltos altos. Mas essa idolatria pelos "high heels" não nasceu nos anos 50. A procura por saltos perfeitos tem atravessado séculos.
O formato estileto ou agulha, preferido da estrela e um dos responsáveis pelo seu sucesso como símbolo sensual, é um desenho novo se lembrarmos que os mais antigos saltos, descobertos em tombas egípcias, datam de 1.000 a.C.
A associação com o sensual talvez venha do fato das cortesãs japonesas que usavam tamancos com quase trinta centímetros de altura.
Os historiadores também acreditam que as prostitutas na Roma antiga se distinguiam das outras mulheres calçando saltos altíssimos.
No teatro grego, serviam para mostrar a graduação social dos personagens. Quanto mais altos, mais importante era a figura.
Importados de Paris
A invenção do salto alto próximo ao que se conhece hoje é atribuída a Catarina de Médici. Filha de uma distinta família italiana de Florença, ela foi a Paris para se casar com o futuro Henry II da França. Por ser pequena, carregou na bagagem vários sapatos feitos por um artesão italiano com saltos que a deixava mais alta.
A novidade virou moda na aristocracia francesa fazendo homens e mulheres subirem literalmente no salto durante os séculos XVII e XVIII como uma marca de privilégio social. Só os ricos e bem nascidos podiam usá-los.
Em 1800, os saltos descobriram a América, o cenário ideal para crescerem ainda mais. E o show começou nas casas suspeitas de New Orleans, que importavam garotas francesas que usavam saltos altos. O sucesso delas com os clientes foi tão grande que em 1890 a primeira fábrica de saltos de sapatos se estabeleceu em Massachusetts.
Em 1955, o desenhista de sapatos francês Roger Vivier criou para o costureiro francês Christian Dior o salto agulha, tão fino que exigia uma estrutura de ferro para não quebrar.
Desde então, para os desespero dos ortopedistas, os saltos não pararam de aumentar na importância e nos centímetros, evoluindo para muitas outras opções de design.
Os saltos do inverno 2005
• Salto rasteiro: acompanham shorts, macaquinho, calças e saias de todos os comprimentos.
• Salto grosso: combina com calças, saias longas e curtas.
• Salto agulha: compõe bem com jeans, macacões, tailleurs, saias, vestidos, calças de noite estreitas ou pantalonas e roupas alinhadas.
• Salto Anabela: cai bem com saias longas e curtas, calças e vestidos. Em modelagem mais sofisticada também acompanha tailleurs e roupas mais finas.
• Salto Sabrina: salto médio e levemente carretel. O nome vem do filme Sabrina, com Audrey Hepburn. Elegante com saias e vestidos abaixo do joelho e calças mais curtas.
• Plataforma Anabela: com solado reto ou curvo pode ser usada com todos os tipos de roupa e comprimentos.
• Plataforma Meia-pata: com meia plataforma na frente e salto grosso separados, combinam com vestidos, saias e calças.
Bicos de sapatos
A novidade é os bicos amendoados, no formato dos anos 1930 e 1940. Os bicos finos permanecem e decotes no bico aparecem como a grande novidade.
Cuidados na manutenção
Sapatos podem ser reciclados. Com capricho e uma boa tinta de calçados é possível ganhar sapatos novos com pouco investimento.
• Limpe o calçado com uma esponja seca grossa para retirar sujeiras, pó, resquícios de gordura e forçando uma porosidade na tinta antiga para a fixação da nova.
• Passe a tinta com cuidado, tentando cobrir o couro com uma fina camada sem escorrer. Deixe secar e retoque onde for preciso. Evite acumular tinta. Deixam o couro grosso e podem quebrar com facilidade.
• Passe graxa na cor nova e lustre bem.
• Para conseguir extra brilho nos calçados e bolsas, depois de engraxá-los e escová-los, aplique uma nova camada de graxa com um pano ligeiramente úmido, esfregando com movimentos rotativos. Após, dê brilho com uma meia de nylon ou pano de seda. O sapato fica novo para mais uma estação.
• Para eliminar o mau cheiro dos calçados, use regularmente desodorante para calçados ou pó anti-séptico nos pés.
• Para tirar qualquer tipo de manchas em calçados ou bolsas de camurça, esfregue o local da mancha com miolo de pão.
• Para tirar manchas de gordura: passe uma solução de quatro colheres de álcool retificado e uma colher de sal de cozinha. O que sobrar guarde em vidro bem tampado para usar quando necessário.
• Com o serviço de bons sapateiros, um calçado antigo pode receber, além de novas cores, plataformas atuais ou saltos mais modernos.
Conservando os sapatos com dicas caseiras
• Sempre novos: engraxe-os regularmente. Guarde-os bem secos e entre tiras de mata-borrão, para evitar o mofo.
• Solado: aplique óleo de linhaça antes de usar seus sapatos pela primeira vez. O solado fica mais resistente.
• Botas: guarde-as com o cano cheio de jornal amassado.
• Chuva: aplique camadas de impermeabilizante sobre o couro para que a água não penetre.
• Saches: os de cânfora ajudam a conservar as cores de seus sapatos e bolsas. • Couro duro: faça uma mistura de uma colher de bicarbonato de sódio, 100 gramas de água e uma colher de sal de cozinha. Aplique no avesso para amaciar o couro.
• Cobra: a estampa de cobra ou crocodilo fica nova ao passar uma mistura em partes iguais de glicerina e óleo de rícino.
• Lustra móvel: uma fina camada do produto deixa seus sapatos de pelica sempre novos.
• Vaselina: remove mancha de mofo do couro. Aplique e deixe de um dia para o outro.
• Gordura: ponha talco no local. No dia seguinte, escove com uma escova bem firme.
• Solado de cordas: limpe-o com terebintina.
• Casca de laranja: limpa o couro, recuperando o brilho.
• Couro colorido: limpe-o com clara de ovo batida em neve.
• Brilho: uma camada de benzina entre as engraxadas dá mais brilho no lustro.
• Sapatos e bolsas claras: passe casca de batata ou leite para retirar as manchas.
• Sapatos de tecidos: limpe-os com álcool, benzina ou querosene.
Calçados molhados
Se a chuva encharcou o seu sapato de surpresa, alguns cuidados devem ser tomados para que o investimento não vá água abaixo.
• Não tente secar no fogo, sol ou calor. Pode deformar o calçado para sempre.
• Encha de jornais amassados para absorver o excesso de umidade e impedir que se deformem, secando na sombra.
• Se o sapato ficou rígido e áspero, esfregue um pano umedecido em óleo de parafina. Se o couro ficou duro, passe uma fina camada de vaselina.
• Se ficarem manchados pela água, espere que seque e esfregue vigorosamente um pano de lã. Depois aplicar graxa incolor e lustrar.
• Camurças não devem ser esfregadas enquanto molhadas. Deixe secar e só então escove ou esfregue lixa fininha.
A Verdadeira História do Calçado
Nós humanos somos extremamente jovens se comparados com alguns animais. Por algum motivo desconhecido, a natureza não foi tão generosa com nossos pés quando se comparado com as patas de outros animais, como as macias patas dos gatos e cachorros, ou a resistência dos cascos de cavalos e outros. Assim sendo, o calçado nasce da necessidade prover protecção aos pés do homem para que estes pudessem se locomover sobre terrenos ásperos e em condições climáticas desfavoráveis. É bastante provável que os calçados pré-históricos eram compostos por folhas de plantas, cascas de árvores, cipós, peles e couros de animais.
Não há dúvidas de que os calçados são uma das grandes paixões femininas. A preocupação com o adorno dos pés acompanha a humanidade desde períodos pré-históricos. Em muitas culturas ou sociedades, os calçados foram e são sinónimos de indicadores de posição social e status económicos, pois não nada mais desagradável do que um pé mal calçado, mesmo que se esteja vestindo uma roupa de milhares de dólares. Os pés são além de ponto estético, uma área de grande sensualidade em todas as culturas. Freud postulava que o calçado feminino simboliza a vagina. O ato de calçar os sapatos, portanto, seria uma simbologia do ato sexual.
Há países ao redor do mundo, que a maioria da população ainda não utiliza o calçado em seu dia-a-dia, ficando este associado a ocasiões especiais.
Alguns historiadores datam os primeiros calçados entre 3.000 A.C. e 2.000 A.C. no Antigo Egito, mas resquícios históricos encontram evidências no Período Paleolítico, também conhecido como Idade da Pedra Lascada, sendo que estas evidências datam entre 14.000 A.C. e 10.000 A.C., uma vez que pinturas rupestres encontradas na Europa em países como França e Espanha, fazem referencias a utensílios utilizados para a protecção dos pés deste homem pré-histórico.·
Estas datas entre 14.000 A.C e 10.000 A.C. podem ser atribuídas à divisão do Período Paleolítico, como Paleolítico Superior, onde o homem já era obrigado a morar em cavernas, devido ao intenso resfriamento da Terra, principalmente no norte da Europa que ficava coberto pelo gelo em consequência da 4ª Era Glacial. O Homem deste período é o Homem de Cro-Magnon, que já é o homem propriamente dito. Caçava animais de grande porte como mamutes e renas, utilizando para isso armadilhas montadas no chão. Já nesta época utilizavam-se de alguns utensílios de pedra que serviam para raspar as peles, o que mostra que a arte de curtir couros e peles é muito antiga.
Já no Egito por volta de 7.000 e 6.000 A.C. nos Hipogeus (monumentos funerários subterrâneos do período pré-Cristão) câmaras subterraneas utilizada para enterros, foram descobertas várias pinturas que representavam os diversos etágios do preparo do couro e do calçado.
No Antigo Egito que inicia-se em cerca de 3150 A.C., altura em que se verificou a unificação dos reinos do Alto e do Baixo Egipto, e termina em 30 A.C. quando o Egipto, já então sob dominação estrangeira, transformou-se numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio, as sandálias dos egípcios eram feitas de palha, papiro ou de fibra de palmeira e era comum as pessoas andarem descalças, carregando as sandálias e usando-as apenas quando necessário. Sabe-se que apenas os nobres da época possuíam sandálias. Mesmo um faraó como Tutancamon usava sandálias e sapatos de couro simples, apesar dos enfeites de ouro.
Na Mesopotâmia eram comuns os calçados de couro cru, amarrados aos pés por tiras do mesmo material. Os coturnos eram símbolos de alta posição social. A Mesopotâmia nome grego que significa "entre rios" (meso - pótamos), é uma região de interesse histórico e geográfico mundial. Trata-se de um planalto de origem vulcânica localizado no Oriente Médio, delimitado entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupado pelo atual território do Iraque e terras próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos. Os principais povos que habitaram as Mesopotâmia foram: Sumérios e Acadianos (antes de 2.000 A.C.); Amoritas (2.000 A.C.-1.750 A.C.); Assírios (1.300 A.C.-612 A.C.); Caldeus (612 A.C.-539 A.C.).
Na Grécia Antiga, os gregos chegaram a lançar moda, como a de modelos diferentes para os pés direito e esquerdo. Grécia Antiga é o termo denominado para descrever o período clássico antigo do mundo grego e áreas próximas como França, Sul da Itália, Anatólia, Costa do Mar Egeu e Chipre. Não existindo uma data fixa, ou se quer um consenso que consiga definir um período que marque o início ou o fim da Grécia Antiga. Alguns escritores atribuem o período minóico e o micênico entre 1.600 A.C. a 1100 A.C.. Tradicionalmente a Grécia Antiga abrange desde os primeiros Jogos Olímpicos em 776 A.C., sendo que alguns historiadores estende o começo para 1.000 A.C., até a morte de Alxandre, O Grande em 323 A.C.. O dramaturgo Aeschylus, exigia que seus atores que encenavam papeis heróicos nas tragédias gregas, utilizassem calçados com grossos solados de cortiça, para parecem grandes e imponentes, sendo que a partir daí, os artesões da Grécia Antiga criaram as sandálias artísticas.
Na Roma Antiga o calçado indicava a classe social. Os cônsules usavam sapato branco, os senadores sapatos marrons presos por quatro fitas pretas de couro atadas a dois nós, os calçados tradicionais das legiões eram as botas de canos curtos que descobriam os dedos, existiam também os “caligaes” uma espécie de sandália bastante rústica de couro pesado e solado grosso, muitas vezes presas com taxas de bronze, estes calçados permitiram a estas legiões marcharem por toda Europa, Norte da África e Ásia Ocidental. Após os combates eram comuns os caligaes receberem camadas de peles das faces de seus inimigos, que eram adicionadas aos seus solados, essa tradição foi herdada dos egípcios, onde eles assim podiam literalmente pisar nas cabeças em seus inimigos. Os soldados vitoriosos ao voltarem das guerras, substituíam as taxas e adornos de seus caligaes de bronze por peças de ouro e prata.
Roma Antiga é o nome dado à civilização que se desenvolveu a partir da cidade de Roma, fundada na península Itálica durante o século VIII A.C.. Durante os seus doze séculos de existência, a civilização romana transitou da monarquia para uma república oligárquica até se tornar num vasto império que dominou a Europa Ocidental e ao redor de todo o mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural, no entanto, uma série de factores sócio-políticos causou o seu declínio e o império foi dividido em dois.
A metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália, entrou em colapso definitivo no século V e deu origem a vários reinos independentes.
A metade oriental, governada a partir de Constantinopla passou a ser referida, pelos historiadores modernos, como Império Bizantino a partir de 476 D.C., data tradicional da queda de Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média.
Com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (em 476 D. C.), é terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453 D.C.).
O período da Idade Média é marcada por uma grande mudança de comportamento, atingindo também a indumentária, onde os ensinamentos cristãos pregavam a não exposição dos corpos, diferentemente dos povos que os antecederam, como os egípcios, gregos e romanos, os quais exibiam constantemente seus corpos. Essa drástica mudança na indumentária atingiu também os calçados, onde as sandálias que exibiam os pés deixam de ser usadas, danado espaços botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado para os homens, já para a mulheres, sapatos abertos que tinham uma forma semelhante a das sapatilhas. O material mais utilizado era o couro de gado, mas as botas de qualidade superior eram feitas de couro de cabra, embora pudessem ser bem mais desconfortáveis do que se possa imaginar, mesmo assim, os calçados estavam entre os presentes mais procurados neste período.
Tendo início as Cruzadas, veio o contacto com o Oriente e a influência deste, causou mudanças nos estilos dos calçados, originando um calçado mais coerente e decorado. Surge neste momento os sapateiros, profissionais responsáveis por promover calçados de qualidades.
Durante a Idade Média, que surgiu a padronização da numeração dos calçados, tendo sua origem na Inglaterra durante o reinado de Eduardo I (1.239 a 1.307), por volta de 1.305, ele decretou que fosse considerada como uma polegada a medida de 3 grãos de cevada, colocados lado a lado. Os sapateiros ingleses gostaram da idéia e passaram a fabricar, pela primeira vez na Europa, sapatos em tamanho padrão, baseados no grão de cevada. Desse modo, um calçado infantil medindo treze grãos de cevada passou a ser conhecido como tamanho 13 e assim por diante.
O Renascimento identifica o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII, quando diversas transformações em uma multiplicidade de áreas da vida humana assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comummente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.
É durante o Renascimento que os calçados tomam formas e alturas bastante interessante, chegando a ser descrito por muitos como extremamente ridículos. Entre os séculos XIV e XV, surgem as “poulaines”, difundidas em toda a Europa e principalmente na França e Inglaterra, este calçado caracterizava-se pelo estreitamento e alongamento das pontas, bicos. O comprimento do bico do calçado era proporcional à posição do indivíduo na sociedade, quanto mais alto o nível na escala social, maior o bico e se tornou uma competição hierárquica. Eram fabricados em couros, veludos, brocados e bordados em fios de ouro. Até as armaduras seguiram esse género com sapatos de ferro e bico revirado. Foi rei Francisco I (1.515 a 1.547) da França, quem decretou o fim deste tipo de calçado e ainda no século XV, este tipo de pontas aguçadas foi proibido pelo rei da Inglaterra Henrique VIII (1.509 a 1.547), por ter pés largos e inchados, achava esse tipo de calçado achava inconveniente e doloroso. A partir daí, são aceitos os chinelos rasteiros com base larga e muito mais confortáveis.
A ascensão da burguesia nos séculos XV e XVI, devido ao desenvolvimento do comércio originou nova classe social. O desenvolvimento deste comércio trouxe diversidade de peças do vestuário, inclusive os calçados, tornando-os mais diversificados, refinados e complexos. O calçado aparece como peça bastante trabalhada e passa a ser peça indispensável no vestuário. Quase sempre cada roupa exige um calçado e este é fabricado com os mesmos tecidos e ornamentos.
Os calçados masculinos têm as formas quadradas e largas, mais cómodas que no século anterior permitindo assim, maior transpiração e conforto para os pés. As botas que inicialmente exclusivo de uso dos exércitos, chegavam a atingir a coxa.
Iniciou-se neste período o uso do salto que foi criado para elevar a altura das mulheres, os primeiros saltos foram confeccionados em cortiça em forma de cunha, acompanhando o formato do arco do pé, elevando a altura apenas no calcanhar. Existem diferentes opiniões a respeito dos saltos altos, alguns como origem das "chopinas" (blocos de madeira utilizada como base/solado, onde o calçado era confeccionado), provenientes da China ou Turquia, eram sandálias com plataformas onde a altura dos solados apontava o nível social e chegava a atingir 40 cm. Havia casos de senhoras da corte que elevaram suas plataformas até 70 cm e precisavam às vezes de dois criados, um de cada lado para conseguir o equilíbrio, as chopinas foram inicialmente utilizadas pelos nobres, passando pela burguesia e chagando as camadas sociais mais baixas, daí foram desprezadas pela elite, sendo que as últimas as utilizarem as chopinas foram às prostitutas.
As plataformas e os saltos altos estão desde a Antiguidade associados a situações solenes e rituais, quando todo o universo gestual e os movimentos corporais, na época bastante contidos, estão relacionados a reverências e comportamentos formalizados. As mulheres mais observadoras imaginaram que suas silhuetas poderiam ganhar contornos mais sensuais com o calcanhar elevado, projectando o tórax para frente e dessa maneira ressaltando os seios. Até 1.600 não havia nada que realmente pudesse ser chamado de salto, nos anos de 1.590, até já tinham produzido alguns saltos baixos de madeiras ou cortiças, antes disso foram utilizados cunhos de cortiça ou empilhamento de camadas de couros, mas sem muito sucesso devido à dificuldade no caminhar. Uma vez com o surgimento do verdadeiro salto, com o conceito que conhecemos hoje, as outras formas de saltos desaparecem rapidamente. Em pleno século XVII, a fabricação de calçados com saltos originavam calçados com pouca estabilidade, causando frequente falta de equilíbrio durante a utilização destes, isto devido às falhas na fabricação dos calçados principalmente na região de encaixe do salto, causando também problemas de emparelhamentos. Embora o desenvolvimento dos calçados desde o período Romano, já vinha sendo produzidos para pés direitos e esquerdos, porém a parte traseira dos calçados não havia diferenças entre os dois pés, então para dar mais estabilidades aos calçados com saltos, iniciou-se uma maior preocupação com detalhes e diferenciações entre pés esquerdos e direitos também na parte traseira. Durante a Guerra Civil Americana as botas dos exércitos passam a ser fabricadas com essa diferenciação entre os pés também na parte traseira e foi muito bem aceita.
É também neste período que é conhecida da manufactura do calçado na Inglaterra é de 1642, quando Thomas Pendleton forneceu 4.000 pares de sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos.
No apogeu veneziano, durante o século XVII, luxo e riqueza da influência oriental marcaram os materiais empregados na fabricação de calçados como os brocados, veludos e adamascados fartamente ornamentados. Neste momento surgem as "ciopines", que são calçados com as solas aumentadas com a invenção do "pattino", uma protecção para os delicados sapatos em contacto com o solo e a água.
Na França, acontece um fato importante e particular, durante o reinado de Luiz XIV e de Luiz XVI, há introdução nos modelos de calçados masculinos de um salto mais alto e quadrado e também de fivelas e fartos ornamentos.
No século XVIII, a moda se estabeleceu de maneira sistemática e organizada como fenómeno cultural, social e de costume. São estabelecidas as variações do "gosto". Período de muita evolução e os calçados em produção artesanal passa a atender as novas exigências de plasticidade e funcionalidade que a sociedade exigia. Ficam caracterizados diferentes ambientes como: Cidade, campo e estrada. Desta maneira, surgem os calçados para o trabalho, para o passeio e várias novas exigências que este novo consumidor necessita.
O estilo predominante dos calçados femininos neste período é as botas em couro ou cetim e trabalhadas de maneira intensa, com saltos robustos e fechamentos laterais, nos quais aparece quase sempre uma carreira de pequenos botões ou amarrações com laços. Nos masculinos todo em couro preto e com a presença do elástico, invenção deste período, que torna o calçar mais confortável. Neste momento a sola ainda era presa ao corpo do sapato com pregos e toda costura era feita à mão.
Com a chegada das Máquinas de Costuras Américas de Isaac Merrit Singer, Elias Howe e Walter Hunt no século XIX, o processo de costura não só acelerou o processo de produção como levou à confecção de um calçado melhor e mais barato. Durante a Revolução Industrial surgem as operatrizes especializadas, como a de McKay. Um fluxo incessante de máquinas sofisticadas revolucionou a indústria dos calçados, de tal modo que, no alvorecer do século XX, ela já entrara na era da produção em massa.